Baiano Burro Nasce Morto

Luiz Wanderley, cantor, compositor e humorista, alagoano de Colônia Leopoldina, foi um dos maiores talentos do nosso forró, muito vezes esquecido ,assim como Gordurinha. O Forró para mim está dividido em duas fases, a primeira, anterior a Gonzaga e a segunda, pós Gonzaga, o forró moderno como alguns chamavam. Na primeira fase destaca-se o aparecimento do forró, tudo aquilo que vinha do forrobodó, definição clássica de Luiz Câmara Cascudo em que a miscigenação da música europeia como a Polca originou o arrasta-pé, frevo, etc.), Musurka, Schotinch (Xote) e Rancheira (países latino) e o coco que, aqui em Alagoas já era tocado, com 8 Baixos, Zabumba e Triângulo, no final do Século XVIII aqui em Maceió. Quando Gonzaga reapresenta o Baião na década de 40 do século passado logo, após a Segunda Guerra Mundial, o forró transforma-se no maior movimento musical brasileiro, todo mundo, entre os principais artistas, gravou pelo menos um Baião e as diversas matrizes que compõem o forró, como o Coco, Rojão, Xaxado e etc.

Em 1928 Augusto Calheiros apresenta o Baião “Catirina” no Teatro Nacional e posteriormente Jararaca grava “Catirina” como Rojão em 78 RPM em 1930. Mas, voltando ao assunto, é preciso destacar algumas de nossas principais referências, entre elas Luiz Wanderley, que foi o segundo artista a gravar, em 1952, seus primeiros trabalhos e posteriormente Gerson Filho e Jackson do Pandeiro, em 1953. Foi por isso que resolvi fazer esta pequena introdução a obra de Luiz Wanderley para entendermos melhor sua importância na História do Forró.

Baiano Burro Nasce Morto foi composto pelo genial Gordurinha e dá nome ao título do presente LP. Com composições autorais ou gravando grandes compositores Luiz Wanderley nos apresenta alguns clássico da nossa música com Moça Veia em parceria com J.Portela música que marcou gerações ou ainda Trabalhadores do Brasil que retrata o período conturbado em nosso pais, em que as elites nacional e internacional Levou ao suicídio de Getúlio Vargas por sua postura nacionalista em defesa da nosso riqueza como foi o caso da criação da Petrobras.

É um disco que traz uma seleção de 12 composições fantásticas como Boi na Cajarana, de Venâncio e Corumbá, ou “Matuto Transviado”, em parceria com João do Vale que posteriormente foi gravada por Tim Maia como Coroné Antonio Bentos. o que posso dizer é que Luiz Wanderley foi fenomenal, segundo Joci Batista, que certa vez conversando comigo comentou, Luiz Wanderley foi o maior artista de sua época, pois era um verdadeiro showman.

Este LP nos foi enviado por Eraldo Cavalcante