Salve 8 de outubro ! Dia do Nordestino.
Por Rosiane Pedrosa (Economista e Produtora Cultural)
No dia 8 de outubro, homenageia-se a cultura nordestina e a diversidade folclórica típica dessa região. A data foi criada em homenagem ao centenário do poeta popular, compositor e cantor cearense Antônio Gonçalves da Silva, conhecido como Patativa do Assaré e oficializada por meio da Lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, que incluiu, o dia do Nordestino, 8 de outubro, no Calendário de Eventos da cidade de São Paulo, onde há a maior concentração de nordestinos fora da região, em todo o país.
O Nordeste, como diz a letra da música “Orgulho de ser Nordestino”, obra prima do nosso querido amigo Flavio Leandro
“São nove estados na raia
Todos com banho de praia
Num céu de anil e calor
São nove estados unidos
Crescentes fortalecidos
Onde o Brasil começou
E hoje no calcanhar da ciência
Formam uma grande potência
Irrigando o chão que secou
É verdade que a seca inda deixa sequela
Mas foi aprendendo com ela
Que o nosso nordeste ganhou
Deixou de viver de uma vez de esmola
E foi descobrir na escola
A grandeza do nosso valor […]”
Flávio Leandro, com esse canção, está dando continuidade ao trabalho que foi realizado pelos artistas nordestinos, através do forró e seus intérpretes, levando para o sul e para o sudeste através de suas canções, o conhecimento sobre o nordeste, a exemplo de Jararaca, alagoano, da cidade de Maceió, que em 1922, chegou ao Rio de Janeiro, vestindo gibão e chapéu de couro, em uma época em que Lampião assombrava o Nordeste, com seu bando de cangaceiro, Jararaca mostra ao Brasil que gibão e chapéu de couro não era fantasia de bandido e sim uma vestimenta necessária ao vaqueiro nordestino, que lidava com o boi, na caatinga.
Foi o forró e seus intérpretes a exemplo de Joci Batista, Gerson Filho, Clemilda, Luiz Gonzaga e tantos outros , que não só interpretaram artisticamente o universo cultural nordestino, mas também porque assumiam a linguagem estigmatizada do nordestino, transformando o estereotipo do jeito de ser nordestino em bandeira de identidade, em orgulho de ser nordestino e, como, hoje, bem diz |Flavio Leandro.
Convém lembrar que, no passado, não muito distante, nas regiões sul e sudeste, não se falava que alguém era nordestino(a) e sim nortista. Foram os forrozeiros que cantaram o Nordeste e o jeito de ser e viver do homem nordestino, mostrando que nessa região além da seca, violência e muita fome, havia também o povo nordestino, como diz ainda Flavio Leandro, na canção “Orgulho de ser Nordestino: “[…] um povo guerreiro, festivo e ordeiro. De um povo tão trabalhador Por isso não pise, viaje e pesquise. Conheça de perto esse chão Só pra ver que o nordeste Agora é quem veste. É quem veste de orgulho a nação.”
Salve o forró, seus pioneiros, compositores e intérpretes, o Nordeste e os Nordestinos, precisam e devem reverencia-los, pois na medida em que levavam sua música para outras regiões do pais e do mundo, escreviam o nome do Nordeste no Mapa do Brasil
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